domingo, 30 de setembro de 2012

O governo do PT e o crédito fácil

O GOVERNO DO PT DISSIMULA AÇÕES PERIGOSAS PARA FAZER CRER PROGRESSO

Antes de entrar no assunto propriamente dito é preciso rememorar os acontecimentos dos idos de 1964 quando o governo militar criou o Banco Central do Brasil. Até então a SUMOC E o Banco do Brasil exerciam os papéis reservados ao Banco Central e ao Tesouro. Em 1965, houve a criação da conta movimento através de carta reversal enviada pelo BB ao Banco Central. Essa tal conta poderia ser considerada um saco sem fundo, uma rosca sem fim, como assim a nominou Maílson da Nóbrega  porque diariamente supria as necessidades de caixa do BB e depois disponibilizou recursos para área de fomento do Banco.

Durante 20 anos foi uma luta árdua, de um lado a equipe econômica querendo que o Banco Central exercesse o seu verdadeiro papel e do outro interesses políticos faziam com que as mudanças não acontecessem. Os índices de inflação divulgados pela ditadura militar, eram fictícios e ela era mantida em dois dígitos pela força da farda e do fuzil e também pela covardia da classe política.
O general Figueiredo prometeu a abertura, e também "prender e arrebentar" quem ousasse discordar. O cansaço e o descrédito aos militares aliado às pressões internacionais contribuíram para o processo de abertura política. 

Logo veio o Presidente Sarney (esse mesmo que ainda está aí na presidência do Senado) em razão da morte súbita de Tancredo Neves,  o ministro Dilson Funaro e com eles   mais um daqueles mirabolantes planos econômicos, o Plano Cruzado, uma verdadeira cruzada contra a inflação. Brasileiros crentes no governo democrático que se instalara se transformaram em fiscais do governo, agredindo e denunciando donos de frutarias e botequins

Apesar desse cenário, finalmente deram cabo da tão famigerada ¨Conta Movimento¨, o vaso comunicante entre o Tesouro e o caixa do Banco do Brasil. Naquela época, como servidor daquele Banco senti que era chegada a hora do  Banco fechar suas portas, pois tudo o que se falou nos vinte anos sombrios que antecederam o encerramento da Conta Movimento,é que esse seria o fim do Banco.
  
No governo seguinte, um incompetente de nome Alberto Policaro assume a presidência do BB e como primeira solução para salvar o Banco envia carta pessoal aos servidores mais antigos sugerindo aposentadoria para reduzir a folha de pagamento. Seu autoritarismo, truculência e falta de preparo para exercer o cargo de presidente, quase levam o BB à bancarrota, tal o grau de desmotivação em que ficaram os funcionários.Outro mais truculento o sucedeu,  Lafayete Coutinho. Tudo porém passou, e o Banco continuou exercendo o seu papel. Hoje, olhando o passado vejo que só aquele caçador de marajás, teria capacidade de patrocinar tais desatinos, com a escolha de dois presidentes despreparados para aquela função.

O Banco era composto de servidores aguerridos que não iam abandonar o barco naquela hora, reagiram e foram disputar os clientes com os gerentes da rede privada. Faltava-lhes treinamento, estrutura física nas agências, equipamentos modernos e diretoria ágil e competente. Mas o Banco leva o nome Brasil, que é amado, respeitado e muito maior do que possamos sequer imaginar. Aí reside sua força.

Assim o Banco do Brasil deu a sua contribuição para o equilíbrio das contas do governo. A partir de então não se poderia atribuir culpa ao Banco pelo descontrole fiscal das contas do Tesouro. O caminho que se  prosseguiu durante o Governo Itamar e Fernando Henrique foi o de equilibrar e ajustar tudo que foi possível. Durante o governo Lula a firmeza da politica executada pelo Banco Central nos deu plena convicção que os rumos plantados anteriormente estavam corretos.

Hoje nos preocupa a generosidade do Ministério da Fazenda que só ao BNDES já repassou mais de 300 bilhões, sendo que grande parte destinado a "puxadinhos" e construção  em aeroportos superfaturados, obras para a copa do mundo e olimpíadas, ferrovias, VLTs e muitas outras sob fiscalização do TCU e MPF e PF. Há os  escândalos ainda não revelados envolvendo a DELTA Construtora e os desvios na construção da Ferrovia Norte/Sul, isto citando apenas o que foi divulgado pela imprensa.

Neste mês o Banco Central injetou mais recursos no sistema financeiro, quantia próxima de 30 bilhões correspondentes à redução dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista e à prazo. A taxa Selic está em seu menor patamar, mas o sistema financeiro resiste em reduzir seus juros que lhes proporcionam a cada trimestre bilhões e mais bilhões em lucros.

Inquieta-nos também a liberação de mais recursos aos Bancos oficiais, essa política de liberar bilhões ao sistema financeiro é o dissimulado  retorno do mecanismo  da antiga Conta Movimento que a dura pena foi eliminado.

 Será que o sistema financeiro que durante os últimos 30 anos foi o mais bem aquinhoado com lucros está necessitando de tanto auxílio? Terá  a população ainda  capacidade de endividamento capaz de absorver tantos recursos?  Qual bolha explodirá primeiro? A imobiliária?  O financiamento de veículos? O crédito consignado?
  
 O certo é que no  final todos pagarão a conta.  
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