quinta-feira, 30 de maio de 2013

Nos braços do Pai

                           






                            Deus tem a estranha mania de chamar a si os melhores.  
                            Parece que há excesso de vagas   para anjos na Corte Celeste.       Sempre que alguém parte ficamos a nos interrogar  “ por que ele e não outro?...”  Se tão bondoso porque razão não permaneceu entre nós que tanto dependíamos de sua delicadeza e sabedoria? Egoístas, tentamos decifrar o que não podemos e não fosse a Fé, certamente nos revoltaríamos com o Alto por permitir a precoce partida do ente querido. 
                            No dia 25 de abril, Getulio Pinheiro de Souza partiu ao encontro do Senhor  deixando um vazio que jamais poderá ser preenchido. Getulio poderia ser  um verbete e seu significado lealdade, alegria, honradez, justiça e outros predicados mais, porque era essa a sensação que nos vem à lembrança ao pronunciar seu nome.                                 
                            Amigo de todas as horas, trazia em si a chama da alegria que contagiava instantaneamente.  Bastava sua presença para que se estabelecesse a cordialidade entre todos, seja em casa ou no trabalho.                         
                             Tratava a todos com equidade, faceta que se destacava em seu caráter e talvez essa a razão por optar pela carreira de jurista. Onde mais poderia realizar seus ideais que na seara da Justiça?                      
                             Poderia ter escolhido qualquer outra área. A  capacidade, a inteligência e sobretudo a garra o levariam sempre a brilhar, pois era esse seu destino, lutar e se destacar. Não com a empáfia dos orgulhosos, mas com a humildade dos sábios que sabem esperar o momento certo para se pronunciar. Fez dela, portanto, seu norte, um objetivo de vida que perseguiria até o fim e foi assim que sempre se manteve, reto, probo, justo, leal, companheiro.                                                  
                             Getulio, sua missão na Terra está cumprida, toma minha mão e vem, disse o Senhor! Sua nova morada é o braço do Pai. Daqui você poderá velar os seus queridos que entre os mortais ficaram. Novas missões lhe serão atribuídas porque agora a vida é eterna e você poderá dispor dos seus e de outros conhecimentos para o aperfeiçoamento que almejo para meus filhos queridos. Tenha certeza, Getulio... assim falará o Pai!     
                              Quem somos nós para discordarmos do Todo Poderoso? 
                              O certo é que o céu está mais brilhante, há uma nova estrela a luzir no firmamento!..
                   .          À família enlutada deixa a satisfação do dever cumprido. Walquíria guardará sempre a lembrança do esposo amoroso e leal, companheiro de todas as horas, ombro amigo onde confiava suas  dores e esperanças. 
                             Os filhos, Frederico, Henrique e Ricardo terão como guia a imagem do pai responsável, que teve a honra como seu maior bem  em todos os dias de sua vida, assim como valores que não se pode comprar, o pai que ensina o filho a trilhar seu próprio caminho com a certeza que seu exemplo é o melhor professor. 
                             Walquíria, Fred, Henrique e Ricardinho, a mensagem do Desembargador do TJDFT,  Romão C. Oliveira por ocasião da homenagem póstuma do Tribunal Pleno nos traz a alma de Getulio:                                                                                                                                  “Penso que, sem nenhum plágio, o Desembargador teria respondido a todos nós uma pergunta: “ Desembargador Getulio, onde quer  que o seu corpo fique quando o espírito for integrar o Oriente Eterno?”  Estudioso que era, amigo da literatura, certamente – não com o plágio que haverei de adotar, mas com o sentido próprio -, teria ele respondido conforme Mário de Andrade também o fizera: “ Quando morrer, quero ficar sepultado na minha cidade”. Depois, Mário de Andrade partilha cada parte do seu corpo para um ponto da cidade de São Paulo e, finalmente, diz: “As mãos atirem por aí, que desvivam como viveram. O espírito será de Deus.” O Desembargador, respondendo à pergunta que já pouco tempo formulei, teria dito: “A minha cabeça guardem no espaço virtual do meu Tribunal. As mãos atirem na biblioteca ou no arquivo da Corte, para que desvivam como viveram”.                                                                                                                                     O Desembargador Romão C. Oliveira a seguir propõe ao pleno:                             “Preserve a memória de Sua Excelência por meio de seus acórdãos, com o selo da intocabilidade. Não deve ser destruída uma só letra que o Desembargador pontificou nesta Corte, suas mãos, certamente, continuarão trabalhando para nós e, desta feita, multiplicadas, porque cada usuário da nossa biblioteca e dos nossos computadores se transformará em mãos longas do eminente Desembargador Getulio Pinheiro de Souza. Assim a mensagem irá frutificar e produzir justiça, que era o pensamento número um do nosso homenageado.”
                            Portanto queridos familiares, a perda foi irreparável mas o reconhecimento do seu trabalhado será eterno.

                                                                      Walmir Martins de Lima
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