quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Educação, o início de tudo...

                                                                         
 
                                                                                   Ana Odette Danin
                                     

Há uma diferença entre educar e transmitir ensinamentos. Diferença essa que é primordial na formação de um indivíduo honesto, ético, consciente e apto a exercer sua cidadania perante a sociedade.
 
É comum ouvirmos que a verdadeira educação vem do berço. Arrisco-me a dizer que ela inicia-se ainda no ventre materno. Começa com o planejamento familiar que antecede a chegada de um filho.

Os pais são os educadores da primeira hora. São eles que moldarão o caráter, que ensinarão o amor a Deus e o respeito aos semelhantes. Que acenderão a chama da caridade  e da compreensão para com o próximo. Que ensinarão que a vida nos oferece um leque de opções, cabe a cada um escolher o que lhe for mais conveniente e pagar o preço de sua escolha..
 
Não espere que crianças aprendam com palavras, elas aprendem com exemplos, portanto é justo dizer que em lares bem formados, os filhos sempre trilharão o caminho correto. Os ditos infratores, com raras exceções, têm suas raízes em lares onde dominam a violência, seja em atos ou palavras, a falta de respeito e onde a Fé inexiste. Há que se educar então os futuros pais, incutir neles a responsabilidade por sua descendência para que possam então guiar sua prole. Quebra-se aí o círculo vicioso da marginalização e da criminalidade. Só se educa com bondade, respeito e principalmente amor.
 
Para evitar o abismo que fatalmente se fará presente ante uma geração perdida de crianças e jovens, os pais devem mudar de atitude. A vida lhes deu a responsabilidade de educar e é isso que devem fazer. O que percebemos cada vez mais são pais com medo dos filhos. Crianças alçadas à categoria de pequenos tiranos, não respeitam ninguém porque em casa não lhes foi ensinado que o respeito é condição fundamental para se viver em sociedade. Pais que temerosos de perder o amor dos filhos estão sempre a negociar com eles, prometem o que podem e mutas das vezes até o que não têm condições de oferecer. Creio que essa atitude  é proveniente de um certo remorso por não dedicarem aos filhos tempo necessário para conquistar e conservar seu amor. Para ensinar-lhes que perder não é tão mau assim e que frustrações fazem parte da aventura da vida.
 
Muitas vezes usam os filhos na tentativa de salvar relações matrimoniais deterioradas exatamente pela falta de amor, compreensão e respeito, esquecendo-se que crianças têm sensibilidade suficiente para perceber quando estão sendo usadas.
 
Não podemos culpar as crianças e os jovens pelo que não lhes foi dado, mas precisamos exigir, com a máxima urgência,  dos pais mais responsabilidade e dos governos mais seriedade quanto aos assuntos que envolvem a educação, desde infraestrutura nas escolas e incentivo ao magistério com a definição de piso salarial e plano de carreira atrativo, proporcionando aos educadores e seus familiares condições de vida dignas. Da forma como hoje está  a maioria dos que aventuram a ingressar nos cursos de licenciatura são alunos oriundos de escolas com currículos ineficientes e que não conseguem alcançar o ponto de corte para outros cursos que apontam para carreiras mais valorizadas.

Só assim conseguiremos quebrar esse círculo vicioso que instalou o caos na educação.





                                   
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