segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O endividamento perigoso



Comentei no post anterior sobre o excesso de crédito liberado pelo Banco Central aos bancos brasileiros,  e sobre  a perigosa recriação da ¨Conta Movimento¨ dissimulada através de diversas medidas adotadas pelo governo do PT, visando estimular o consumo e em consequência garantir o crescimento do produto interno bruto. Concluí dizendo que estamos no caminho do endividamento do povo, cada dia maior  e com risco de uma explosão.

Nesta semana o Banco Central divulgou números impressionantes do nosso endividamento que supera a casa de 1 trilhão de reais, assim distribuídos segundo aquele banco: Crédito Pessoal 274 bilhões, Crédito Habitacional 250 bilhões, Financiamento de Veículos 186 bilhões, Cartão de Crédito  37 bilhões, Cheque Especial 21 bilhões, Crédito Direto ao Consumidor-CDC 9 bilhões e outros 11 bilhões. Nos últimos 12 meses todas as modalidades ora descritas cresceram em percentuais preocupantes.

Por outro lado, os bancos estão metendo a mão no nosso bolso com elevadas taxas de juros: Cartão de crédito até 240% aa, Cheque Especial até 154% aa, Crédito Pessoal 39,4% aa. CDC 59% a.a , consignado com desconto em folha 23% aa. O governo quer fazer crer que a situação está ótima, quando na verdade está ruim, péssima. Entendo não ser vantagem alguma para o chefe de família alongar o perfil da sua dívida, como no caso da casa própria, ficar comprometido por mais de 25 anos e essa modalidade de financiamento cresceu nos últimos 12 meses 35% segundo fontes do Banco  Central. No último mês a compra de carros liderou o crescimento do endividamento em 8%, o inadimplemento no financiamento de veículos bate na casa dos 6% .

Os novos integrantes da economia aqui representados por uma camada significativa da população vê na facilidade do crédito a possibilidade de adquirir os bens que sempre tiveram desejo, independente do prazo ou taxa de juros, basta para isso que a prestação caiba no seu bolso. As facilidades introduzidas desde 2008 para aquisição de bens duráveis ainda mantém muitas famílias presas àqueles compromissos.

O governo promoveu uma queda histórica nos juros e a presidenta forçou os bancos a reduzirem suas taxas, sendo que nas últimas semanas houve banco que reduziu em 50% a.a. Como se explica de uma hora para outra tão elevado corte? E no entanto, foi preciso uma greve dos bancários durante 18 dias para se fechar um acordo de reajuste em 7,5%.  Você correntista  fique atento,  vem por aí um elevadíssimo aumento nas tarifas dos serviços bancários. Como diz o ditado," alguém tem que pagar o jantar".

Para finalizar, deixo para  refletir a seguinte informação: A dívida representa hoje 44% da renda familiar e o comprometimento da renda com a parcela da dívida atinge já os 23%, sabe o que isto representa?  Estamos endividados.

E é nesse quadro que estamos estimulando o crescimento. Fazer poupança não é importante, pois, basta ver que a nossa caderneta de poupança é o instrumento menos rentável, desestimulado que tem sido ao longo dos últimos anos. Para não dizer que somos injustos temos de reconhecer que o interesse do governo em desonerar a economia é muito importante mas é preciso sair do discurso e ir à prática.

E não deixar de analisar a situação de países  onde as bolhas já explodiram e  apesar de todos os esforços empreendidos ainda não conseguiram se levantar.

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