sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Respeitem o consumidor antes que seja tarde demais!






Somos um povo muito pouco exigente em relação a respeito. Talvez por havermos nos acostumado a também não respeitar os outros.

Principalmente não sabemos nos impor como consumidores, colocamo-nos em papel subalterno  ao adquirirmos algum bem ou serviço. Em atitude anômala transformamos o fornecedor em semideus que por bondade se digna em determinado momento atender nossa necessidade.

Mas, não deveria ser o contrário? O fornecedor conseguiria sobreviver sem o consumidor? Não somos nós, consumidores que sustentamos a economia? Então por que essa atitude de subserviência?

Creio que é chegada a hora de dar um basta a essa falta de respeito. Não pensem que é tarefa fácil. Cientes de seu poderio as empresas prestam um péssimo serviço de pós-venda. Os SAC atendem mal, deixando-nos em espera a ouvir gravações ou ”musiquinhas” (não sei o que é pior).Tentam vencer pelo cansaço e já perceberam que a força está do lado deles, que não têm nada a perder. Já receberam pelo mau serviço prestado.

Como todos,  também já me senti lesada,  algumas vezes por mau atendimento, outras por produtos que não atendiam a minhas expectativas e também pela péssima assistência técnica de oficinas autorizadas. Não poucas vezes desisti ante as dificuldades em receber respostas nas reclamações. No intuito de me apaziguar ante tanta frustração tentava me convencer que o mesmo acontecia a todos, era portanto "normal".

Resolvi no entanto dar um basta.

 Após enviar várias mensagens ao canal competente de uma empresa de renome, sem que obtivesse ao menos uma desculpa deslavada, virei minha artilharia para uma das redes sociais.
 Não em uma ocasião qualquer. Esperei por um evento importante, de repercussão nacional que a empresa iria participar para  demonstrar minha insatisfação. Não foi fácil, diante de meu primeiro comentário, tentaram me desacreditar afirmando  que eu havia enviado o endereço de e-mail incorreto, depois usaram a desculpa que meu número de telefone estava errado ou que ninguém atendia.  

A cada alegação deles respondia ,dando minha versão,  sempre publicando no perfil para que todos tomassem conhecimento. Contra meus próprios princípios tive que ser ríspida e temo que até grosseira e com pesar digo, só assim me atenderam.

Infelizmente as empresas estão tão acostumadas a reinar soberanas que a primeira desculpa que me deram foi que terceirizavam a produção e portanto não sabiam o que tinha acontecido errado. Tentaram utilizar a tática do “ se der certo fui eu quem fiz, se errado não me responsabilizo”. Não conseguiram me convencer e mudaram de atitude. O jogo virou, fui eu quem os venci pelo cansaço.

Propuseram a troca da mercadoria por outra a minha escolha, o que se concretizou, mas me deixou um gosto amargo de “ será que valeu a pena tanto trabalho?” Valeu, nessas questões não se pode levar em conta apenas o custo monetário, mas também o aspecto moral  resultante de nossa atitude. De qualquer maneira quem quiser seguir pelo mesmo caminho tem que se preparar para insistir e muito até obter seus direitos.

Não deveria ser assim. O certo é que fosse atendida na primeira reclamação , entendessem  a minha insatisfação  como “feedback”  e teriam uma ferramenta a mais para aprimorarem seu produto.

Ao mesmo tempo me pergunto – de quem é a culpa dessa inversão de valores? É claro que  nossa. Ao nos transformarmos em consumidores  tão ávidos, em detrimento do bom senso, abdicamos do nosso direito de exigir eficiência e eficácia.

E a quem cabe mudar? A nós mesmos. O momento  agora é de mostrar que temos consciência de nossos direitos e que eles devem ser respeitados . Gritar nossa insatisfação aos quatro ventos , contaminar outros consumidores para que juntos possamos mudar essa visão tão deturpada de nossos empresários e levá-los a nos respeitar antes que seja tarde demais.

                                                                       Ana Odette Danin
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