quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

NÓS TEMOS RAZÃO


Planos-Econômicos-3


Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, aos domingos assina uma coluna no jornal Folha de São Paulo. “Nós não temos razão”, esse o título com que nominou seu artigo no último domingo, 08/12/2013, no qual mais uma vez defende os banqueiros. E o faz como banqueiro aposentado do Bankboston, como o classificou a imprensa à época em que, eleito o deputado federal mais votado por Goiás, preferiu renunciar ao mandato para assumir o tão cobiçado cargo de Presidente do Banco Central do Brasil.

Como balizador da defesa do seu pensamento traz à luz a luta do interesse individual e o público e ainda tem a coragem de afirmar que os Bancos são credores da sociedade e que sempre há má vontade com eles. Ora,  Doutor Henrique, faltou-lhe somente falar que bancos são anjinhos criados por ELE para nos socorrer nos momentos difíceis e com taxas de juros que levam os banqueiros e acionistas ao estado de pobreza.

Bancos,  Doutor Henrique não são credores, são devedores de valores captados em depósitos. Tempos atrás tivemos muitas instituições liquidadas e em todos os casos, sem exceção,  os depositantes e poupadores amargaram prejuízos perdendo economias poupadas durante a vida.

Por que o senhor não explicou que os bancos operam no mercado diáriamente e naquela época do calote o dinheiro girava no mercado na compra de títulos do tesouro e como o giro era diário os bancos se locupletaram com a evolução das taxas no dia a dia?  Por que não explicou que o dinheiro do povo aplicado no CDB, poupança ou depósitos à vista, cumpridas as exigências do compulsório, o que ficava em poder dos bancos alimentava a inflação na compra e venda de Letras Financeiras do Tesouro ?

Isso sem falar nos empréstimos. Em razão da inflação galopante as taxas de juros estavam na estratosfera. Ao final do mês,  no fechamento das contas, poupadores foram lesados, mas os bancos que giravam os nossos recursos diariamente levaram a melhor. A mudança de regras somente atingiu os poupadores, pois, a correção era no final do período enquanto os bancos tinham seus recursos atualizados diariamente.

 Sem nenhum pudor nossas instituições financeiras publicam a cada trimestre o lucro que auferiram, lucro este a custa da suada labuta de seus “clientes”, tratados por vezes com menosprezo e avaliados somente pela sua capacidade de gerar lucros. Vêm fazendo  isso há mais de 25 anos.

Caso haja decisão em favor dos poupadores, faça-se justiça, que os bancos devolvam um pouco dos seus lucros, que seus acionistas também paguem pelo que receberam indevidamente. Que o governo gaste menos e pague o que deve.
 
Não há na verdade disputa entre o interesse público e o individual, o que existe é a ambição desmedida daqueles que detém o poderio econômico-financeiro e chega às raias da usura para resguardar seus próprios interesses, pouco importando quem saia lesado, desde que não sejam eles.
 
Mais ainda, o dinheiro que os poupadores por acaso vierem a receber não vai ficar debaixo do colchão, vai voltar imediatamente para o mercado. A economia vai continuar funcionando e muito bem, pois o dinheiro vai estar nas mãos de muita gente e não no bolso de alguns poucos banqueiros.

Sinto muito dizer que o Senhor não tem Razão, mais uma vez. A  outra foi pensar que poderia ser Governador de Goiás, e,  tal como outros neófitos em politicagem,  provastes da maçã que o velho raposão do PMDB lhe oferecera.











 
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