segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pontualidade


        








        Uma das facetas da educação que muito me preocupa é a total falta de pontualidade que o brasileiro se orgulha em demonstrar.   

        A tal ponto se estende essa falta de senso,  que certas pessoas  se sentem mais importantes fazendo  com que os outros as esperem. Nem mesmo as autoridades  cumprem essa tão elementar regra de boa educação. Não é incomum que em solenidades, até mesmo de colação de grau, cheguem atrasadas, causando transtornos ao cerimonial.

       E por que agem assim? Não aprenderam com  os pais a respeitar horários e principalmente valorizar as outras pessoas.  Por sua vez também não transmitem esses valores aos seus descendentes. Tornou-se um fator cultural, um diferencial, mas ao contrário do que muitos julgam esse é um diferencial de povos subdesenvolvidos.

       Tamanha falta de respeito não é privilégio apenas dos jovens e nem de algumas classes sociais, todos se igualam. Nos convites de casamento já é comum que se grafe o horário com 1 hora de antecedência para que pelo menos os padrinhos cheguem dentro de uma margem razoável de pontualidade. E a noiva, então?   Não sei se é receio de chegar à igreja e constatar que o noivo fugiu ou porque considera seus convidados pessoas de casta inferior e do alto de sua majestade fazê-los esperar é uma prerrogativa sua.

       Muito comum em dias de vestibular e concursos públicos ver candidatos serem barrados ante portões já cerrados. Alguns perdem um ano de estudos muitas vezes pagos com sacrifício e outros oportunidade de ingressar em uma carreira profissional. Era de se esperar que tais desacertos servissem como experiência para outros, mas tal não ocorre, há uma despreocupação total com o cumprimento de horários.

       Muitos não se importam de perder o emprego, vão chegando todos os dias atrasados e se valem dos tais 15 minutos de tolerância, mecanismo astucioso criado para amenizar as consequências da falta de pontualidade.

       Ora, será que já se parou para pensar no prejuízo causado em uma empresa a soma desses atrasos, se considerarmos a produtividade perdida? Já ouvi  chefe  elogiar “fulano de tal” porque ele sempre chega e sai no horário, pontualíssimo! Ora, entendo que chegar e sair na hora é dever contratual de qualquer trabalhador responsável.

       E se considerarmos todo o País, como é que vamos crescer? Não bastasse o atraso educacional e tecnológico, ainda somos taxados de povo preguiçoso. Um povo que sempre chega atrasado e não se envergonha de dizer “ brasileiro é assim mesmo, deixa tudo para última hora” .  Não veem que perante outros povos essa é considerada uma falha de caráter e ainda englobam toda uma nação nela.

       Fazer-se esperar não é bonito e nem torna ninguém mais importante. Dar início à cerimônias com atraso não é tolerância com alguns, é falta de respeito com todos que se esforçaram para ser pontuais.
       
       A hora não é antes e nem depois, é sempre na hora!


                                                                        Ana Odette Danin
                                                                  

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2 comentários:

  1. Ser pontual é ser educado. Em todos os shows, apresentações artísticas ou escolares que eu fui não foram pontuais com o horário de iniciar. É um absurdo!!!

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  2. Sim. Concordamos e é em razão desse absurdo que o tema questiona. Obrigado.

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